Roseana Sarney
Biografia ilustrada da 1ª mulher Governadora do Maranhão.
INFÂNCIA
Roseana Sarney nasceu em 1º de Junho de 1953 na cidade de São Luís do Maranhão.
(Foto: Roseana bebê no colo da jovem mãe Marly Sarney)
(Foto: Festa de Aniversário de 3 anos de Roseana Sarney)
Quando Roseana nasceu, seu pai, José Sarney, já era deputado estadual. Logo foi eleito governador do Maranhão e o Palácio dos Leões, a sede do governo local, sempre foi sua segunda casa.
Ela é a única filha mulher do ex-Presidente da República José Sarney. A mãe, Marly, entrega: "Ela era uma criança espevitada e mandona". E tinha um ciúme doentio do pai.
Em 1965, na campanha de Sarney ao governo, com apenas 12 anos e liderando os irmãos mais novos, Fernando e Zequinha (ex-ministro do Meio Ambiente).
Seus irmãos são: O empresário Fernando Sarney, presidente da TV Mirante afiliada à Globo, vice-presidente da CBF e dono do Marafolia (que já foi a maior empresa de eventos do Maranhão) e Sarney Filho que é Deputado Federal pelo Partido Verde, pai de do Deputado Adriano Sarney.
Roseana exigiu da mãe: "Queremos uma caminhonete para o comitê infantil". Dito e feito. Os cabos eleitorais-mirins agitaram os quintais das casas dos colegas de escola.
ADOLESCÊNCIA
Aos 13 anos, Roseana começou a namorar e aos 15 queria noivar. Os pais a proibiram. Foi uma noite inteira de choro.
(sem foto de Sérgio Costa)
Teimosa, tornou-se noiva de Sérgio Costa aos 17 anos.
Mas a paixão de menina deu lugar a outra, quando mudou-se para Brasília, em 1970, e conheceu o gaúcho Aldo Temperani. Nessa época, ela badalou na sociedade brasiliense e nos movimentos estudantis na Universidade de Brasília (UnB), onde cursou Ciências Sociais.
CASAMENTO
Mas foi o maranhense Jorge Murad, amigo do irmão Fernando, quem levou seu coração.
Se casou em 1976 com o empresário Jorge Murad Júnior. Roseana entregou-se de corpo e alma a Jorginho e casou-se aos 22 anos. "Foi meu grande amor."
Depois de 12 anos juntos, Jorginho e Roseana se separaram. No período de 4 anos que estiveram separados, Jorginho teve uma filha com outra mulher, e Roseana assumiu outro relacionamento, com Carlos Henrique Mendes.
Roseana e Jorge se reencontraram nas férias de 1992, em Búzios, e não se separaram mais. "Foi um outro casamento, muito melhor do que o primeiro", compara ela, uma esposa terna e paciente, segundo Jorge. "Ela cozinha super-bem", revela ele.
ESTUDOS
Quando tinha 12 anos, a primeira grande mudança aconteceu quando o pai, eleito governador, decidiu colocá-la para estudar, a partir do ginásio, em escolas públicas. Na época da Ditadura Militar as escolas públicas eram bem melhores que as de hoje, referência na educação de qualidade e disciplina. A superprotegida filha de uma elite nordestina, que em Brasília morava em apartamento funcional e brincava com filhos de parlamentares, desceu ao encontro do Brasil real. . “Foi uma das coisas mais importantes para minha formação. Não me elitizei”, recorda Roseana, que cresceu nos anos de chumbo – regime militar, protestos de rua e dois partidos, a Arena e o MDB.
“Não fui uma jovem alienada. Eu era contra a ditadura militar”, conta ela, que participou de passeatas no Rio de Janeiro, em 1968, e no Recife, em 1970. Dentro de casa, não via o pai, senador pela Arena, partido que dava sustentação ao regime militar, como um conservador. “Meu pai era uma Arena do B”, teoriza. No Rio, para onde se mudou, surgiu o seu primeiro ídolo fora de casa: o líder estudantil Vladimir Palmeira, hoje da esquerda do PT do Rio.
Roseana se formou em Ciências Sociais pela Universidade de Brasília. Estudou inglês e francês na Suiça mas teve que interromper os estudos quando tinha 20 anos. Três meses depois, teve de voltar ao Brasil por problemas de saúde no útero.
HOBBIES
Desde moça, Roseana adora tocar violão, ela canta toadas maranhenses e músicas do Roberto Carlos.
Quando mais jovem, costumava tomar uma cerveja gelada na Praia do Meio com os amigos. A ex-governadora não abre mão da praia aos domingos, cerveja, violão e encontro com velhos amigos.
Ela adora cozinhar e sua sobremesa favorita é picolé de limão.
Roseana não esconde sua paixão pela cultura maranhense, brincadeiras tradicionais de Bumba-Meu-Boi e artistas da terra.
EMPRESÁRIA
Apesar de ser sócia, ela afastou-se da administração das empresas da família que compõem o Sistema Mirante: Rádio Mirante FM e TV Mirante e do Jornal O Estado do Maranhão.
PROBLEMAS DE SAÚDE
Com diversos problemas de saúde desde os 19 anos, Roseana já passou por mais de 20 cirurgias: retirada de cisto no ovário e nódulo no pulmão esquerdo, extração de pólipos no intestino e de tumores benignos no seio direito, retirada de parte do intestino, cirurgia no joelho esquerdo e extração de útero e ovário.
Fumante há mais de 30 anos teve que baixar sua média de 2 maços de cigarro por dia para 10 cigarros por dia.
Sozinha no quarto do hospital, na noite de sábado, dia 11 de julho de 1998, ela recorreu à fé que restava para pedir clemência: "Deus, se eu tiver uma chance de ficar, me dê essa chance, porque eu vou corresponder", sussurrou.
(Foto: Roseana Sarney recebe benção do Papa João Paulo II)
No quarto do Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, contava as horas para enfrentar a mesa de cirurgia pela quarta vez em apenas um mês.
O desabafo foi suficiente para reatar sua fé e desistir de contar com a possibilidade de que sua vida acabaria ali. "Eu vi a morte de perto e sofria tanta dor que queria mesmo morrer."
Roseana havia chegado ao Incor no dia 5 de junho 1998 para fazer a primeira cirurgia, de retirada de um nódulo benigno do pulmão. Duas semanas depois, descobriu que teria de fazer uma cirurgia no abdômen, no mesmo hospital, para eliminar uma infecção. Na mesa de operação, a segunda cirurgia foi seguida de uma terceira intervenção: retirar o útero e mais um nódulo no seio.
Mas uma aderência intestinal obrigou-a a fazer a quarta e mais delicada de todas as cirurgias, pois havia risco de morte.
Em 1982, Roseana já tinha certeza de que nunca poderia ter filhos e uma inseminação artificial era considerada gravidez de risco. "Hoje sei que poderia ter feito", afirma. Casada com o economista Jorge Murad, de família libanesa com tradições rigorosas, a esterilidade foi um peso para Roseana.
ADOÇÃO
Conversou com o marido e resolveu adotar Rafaela, recém-nascida, que tinha acabado de sair de uma incubadora. Já nos primeiros anos, Roseana sempre conversava com ela: "Filhota, você não é da barriga da mamãe, mas é do coração da mamãe!".
Certa vez, tomando banho, Rafaela, com 5 anos, pediu: "Mamãe, deixa o coração crescer, que eu quero ter um irmãozinho." Mesmo quando as técnicas de inseminação se aperfeiçoaram, Roseana decidiu não ter mais filhos. O casal adotou uma filha: Rafaela Sarney que se casou com o Deputado Carlos Filho e lhe deu um casal de netos.
NETOS
Foi quando recebeu a notícia de que seria avó. Sua única filha, adotada, Rafaela, 20 anos, informou pessoalmente à mãe.
Agora quer netos, embalada pela doce convivência com a neta Fernanda, a primogênita de Rafaela e seu marido Carlos. Mas vai realizar um plano que tem há anos com Jorge: "Vou construir uma casa para abrigar crianças carentes e me dedicar a elas. É um projeto que está no meu coração".
VIDA POLÍTICA
Quando estudava ciências sociais na Universidade de Brasília, foi mordida pela política. Tinha 21 anos. Só não se candidatou porque tinha de terminar a faculdade. Em 1982, aos 25 anos, problemas de saúde adiaram de novo o sonho. Em 1984, a chance de começar na política caiu por terra com o fracasso da luta pelas Diretas-já.
Isso porque quando o pai, José Sarney, assumiu a Presidência com a morte de Tancredo Neves, Roseana ficou inelegível. Com o pai no Planalto, ela assumiu a assessoria do Gabinete Civil da Presidência.
Só conseguiu estrear nas urnas em 1990, eleita deputada federal com 45 mil votos, foi a mais votada do Maranhão.
Em 1994, numa disputa acirrada, ganhou o governo estadual. Reelegeu-se com quase 70% dos votos no primeiro turno em 1998. No meio desse caminho, reatou a união com o economista Jorge Murad, com quem se casou duas vezes. São 12 anos vivendo juntos e cinco de separação, entre 1987 e 1992. “Foi um reencontro inesperado”, conta Roseana. No único governo estadual exercido por uma mulher, Jorginho Murad, é o homem forte do governo. Depois de uma reforma administrativa radical, que trocou secretarias por gerências, o marido de Roseana ficou com a do Planejamento, que acumulou Fazenda e Indústria, entre outras áreas, e controla 40% do orçamento do Estado.
MULHER NA POLÍTICA
Única filha do ex-presidente José Sarney e de dona Marly, Roseana não foi a primeira opção. A família contava com Fernando, que acabou como administrador do patrimônio do clã, e José Sarney Filho, o Zequinha, um deputado discreto que hoje vive seu auge como ministro do Meio Ambiente. “Não entrei na política para continuar uma obra. Entrei porque tinha idéias próprias. Conquistei esse espaço à força”, desabafa Roseana. “Ela teve que vencer primeiro dentro de casa, com os irmãos, para depois marchar, independentemente do pai, do nome, sendo apenas ela mesma”, reconhece Sarney.
Mas Roseana sabe que precisa provar todo dia que não vive – nem governa – sob a sombra paterna. “Primeiro diziam que era meu pai quem mandava. Depois, meus irmãos. Agora dizem que quem manda é o Jorge. É um preconceito”, afirma. Quando se candidatou ao governo do Maranhão em 1994, Roseana encomendou uma pesquisa: você votaria numa mulher para governadora? Descobriu que 11% dos eleitores não votariam em uma mulher nem amarrados.
Eleita, descobriu que o preconceito não parte só do eleitor. Em reuniões com ministros e governadores, a única mulher do grupo percebeu que só se dirigiam a ela para falar de amenidades. “Quando eles conversavam comigo, só me perguntavam como ia meu marido, meu pai e minha filha. Só faltava perguntar o que eu ia fazer no jantar”, lembra.
Decidiu não participar mais de reunião nenhuma. Agora é diferente, mas ela acha que ainda há muito o que avançar. Um dos focos de machismo, diz Roseana, está no Congresso, que vive um clube do bolinha. Além de minoria, as mulheres são escanteadas das presidências de comissões mais importantes. “Quando uma mulher vai assumir a Comissão de Orçamento? Estamos excluídas das maiores decisões. Isso é discriminação”, aponta Roseana.
E uma presidente? Será que o povo tem preconceito? “É o próximo passo”, avisa ela. A voz das ruas, interpretada pelas pesquisas, coloca Roseana empatada com o candidato do PT, Luís Inácio Lula da Silva. Em pesquisa do Datafolha de quarta-feira 19, Roseana aparece, no segundo turno, com 46% contra 44% de Lula. “Ela não tem essa ambição, mas foi posta nessa posição por uma parcela significativa dos eleitores”, orgulha-se o pai.
“Ela não vai decepcionar o povo brasileiro”, garante o ex-presidente. “Estou só rezando”, conta a mãe, dona Marly, que, para driblar a ansiedade, tem repetido o método que usou quando o marido era presidente: parou de ler jornais e revistas. A dez meses das eleições, e a três meses do prazo para deixar o atual cargo, Roseana não se esquiva. “Não procurei isso, mas está acontecendo. Seria hipócrita se dissesse que estou triste”, diz.
Ela já tem na cabeça o esboço do seu programa de governo, dividido em quatro metas: Desenvolvimento econômico, ambiental, social e político. Ela acha que FHC falhou nas duas últimas. “Essas quatro áreas têm que estar equilibradas para que possamos ter um Brasil melhor. O presidente poderia ter avançado mais na área social e feito uma reforma política”, diagnostica.
Para o PFL, Roseana caiu do céu. É a chance de ouro para quem apoiou todos os últimos governos que aterrissaram em Brasília sentar finalmente na cadeira de presidente. “Eu prefiro ser PFL, rotulado como conservador, mas que está avançando, do que estar em um partido que era avançado e agora está retroagindo”, alfineta. O recado tem destino certo: o PSDB de seu amigo FHC, partido que no Maranhão está do outro lado do balcão. “As pessoas falam que somos uma oligarquia. O Jaime Santana, cujo pai foi governador, está no PSDB. O Nunes Freire foi outro governador.
Depois dele, veio o João Castelo, que hoje está no PSDB. Em seguida foi o Luís Rocha, cujo filho, Roberto Rocha, está no PSDB. Depois de todos eles, veio o Cafeteira. Já estou achando que é uma oligarquia do PSDB”, lista a governadora.
O PFL aposta pesado em Roseana, transformando-a na estrela solitária de sua propaganda, sem falar na máquina de comunicação controlada pela família no Estado, com as emissoras de televisão que transmitem a Rede Globo, além do maior jornal, o Estado do Maranhão, e emissoras de rádio na capital e no interior.
Curiosamente, o calcanhar-de-aquiles de Roseana, a governadora que tem 88% de aprovação popular, está dentro de casa: o Estado continua muito pobre e não serve como currículo. Desde 1994, os índices sociais melhoraram, mas é um fôlego ainda curto para um Estado na UTI social. “Quem está acostumada a lidar com essa realidade conhece melhor o Brasil”, conclui a governadora. Em um ano que parecia ser feito para a estrela de Marta Suplicy brilhar, 2001 termina indicando que 2002 começa com a luz de um astro inesperado. O ano do cometa Roseana.
Foi Governadora do Maranhão por quatro mandatos, sendo dois consecutivos.
Chegou ao governo pela terceira vez após a cassação do governador Jackson Lago. Foi reeleita governadora em 2010 derrotando o então candidato Flávio Dino. Roseana renunciou ao seu último mandato como governadora do Maranhão no dia 10 de dezembro de 2014.
A força de Roseana, sua versatilidade política e a forma como administra a transformaram na governadora mais popular do País, com 66% de aprovação no Maranhão, conforme pesquisa do instituto Vox Populi realizada no final de dezembro 2001.
Nome Completo: Roseana Sarney Murad Data de Nascimento: 01/06/953 Cidade Natal: São Luís-MA Estado civil: Casada com Jorge Murad Formação: Ciências Sociais (Universidade de Brasília - UnB) Patrimônio declarado: R$ 8 Milhões Site Oficial: www.roseana15.com.br Email: roseana.sarney@senadora.gov.br Telefone - Assesoria: (98) 9971-1101
Redes Sociais oficiais:
twitter.com/Roseana2010
facebook.com/roseana.oficial
(desativado, só funcionou durante a campanha)
(Roseana não tem instagram)