Lucros do Google cresce apesar de queda publicitária devido ao coronavírus

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  Atualizado em 29/04/2020
 
Lucros do Google cresce apesar de queda publicitária devido ao coronavírus
YouTube teve bom resultado devido à demanda por streaming e informações na quarentena

O coronavírus reduziu a receita publicitária da Alphabet, dona do Google, mas não inibiu seu crescimento no primeiro trimestre deste ano.

A companhia registrou receita de US$ 41,2 bilhões, 13% acima do verificado no mesmo período do ano passado, de acordo com balanço divulgado nesta terça-feira (28).
A pandemia e as despesas, entretanto, ajudaram a desacelerar o crescimento, que teve alta de 17% no primeiro trimestre de 2019.
YouTube apresentou bom desempenho, com receita de US$ 4 bilhões no primeiro trimestre   YouTube apresentou bom desempenho, com receita de US$ 4 bilhões no primeiro trimestre - AFP
 "O desempenho foi forte durante os primeiros dois meses do trimestre, mas, em março, tivemos uma desaceleração significativa nas receitas de anúncios”, afirmou Ruth Porat, diretora financeira da Alphabet e do Google.
 
Analistas de mercado esperavam receita em torno de US$ 40,8 bilhões.
 
Sundar Pichai, presidente da Alphabet, destacou em conferência que esta é a "primeira pandemia do mundo digital", ao falar sobre os esforços da empresa em manter estruturas para diversos setores, como saúde e entretenimento.
 
Desde o início da crise, o Google destinou US$ 800 milhões a instituições, serviços de saúde e pequenos negócios, além de um fundo emergencial para jornalismo.
 
O YouTube apresentou bom desempenho, o que era esperado devido à alta procura por streaming e à busca por informações em vídeo durante a quarentena. A receita com anúncios na plataforma foi de US$ 4 bilhões contra US$ 3 bilhões no ano passado.
 
O serviço de nuvem foi na mesma direção, com aumento de 52% em relação ao ano anterior e receita de US$ 2,8 bilhões.
 
Já os custos e despesas totais da Alphabet subiram 12% na comparação com o primeiro trimestre de 2019, para US$ 33,2 bilhões.
 
"O impacto fez com que adiássemos o lançamento de alguns produtos", disse Pichai.

O investimento mais fraco em anúncios era previsto desde o início da crise. Pequenos negócios, varejo e empresas dos setores de turismo, restaurantes e entretenimento cortaram drasticamente custos com publicidade digital.
 

A crise também acentuou a queda nas ações da Alphabet neste ano, que caíram 8%. Em janeiro, a dona do Google entrou para o seleto grupo de empresas americanas a valer R$ 1 trilhão. Seu valor, agora, gira em torno de US$ 847 bilhões.
 
Apesar de queda de 14% nas ações entre fevereiro e meados março, quando estourou a crise de Covid-19, a empresa mostrou recuperação em abril, com alta de 6%.
Nesta terça, as ações hoje caíram 3%, cotadas a US$ 1.232,59.
 
Esse movimento no mercado financeiro foi acompanhado por outras gigantes de tecnologia, como, Amazon, Microsoft e Apple, vistas como empresas chave na retomada pós-pandemia, de acordo com analistas.
 
Mesmo com a queda de publicidade, o mercado financeiro aposta no retorno do investimento em anúncio digital em 2021, assim que a indústria começar a mostrar sinais de recuperação dos impactos da Covid-19.
 
"Continuamos a ver a Alphabet como uma das empresas de anúncios digitais mais bem posicionadas e esperamos que a receita de publicidade digital acelere em 2021", afirmaram analistas do Goldman Sachs em relatório.
 

Os bancos, entretanto, reduzem as previsões de receita para anúncios até o fim deste ano. Os resultado do Google foi o primeiro entre as big techs e pode representar uma pista sobre o desempenho do segmento durante a crise.

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